sábado, 28 de agosto de 2010

PAS (pessoa altamente sensível)



Como já tinha postado antes, ando em um momento de recolhimento, bem introspectivo, o que inclui algumas andanças pelas minhas lembranças...

Vendo umas anotações antigas, vi um endereço virtual que achei que um amigo iria gostar. Esse amigo não é uma pessoa qualquer. Ele é O AMIGO! E ele foi o único que adotou uma "denominação" que uma vez vi num livro e achei que combinava comigo: PAS(pessoa altamente sensível). De vez em quando ele me chama assim, escrevia isso nos bilhetes trocados nas fatídicas aulas da faculdade, nos cartões de aniversário, enfim...

Bom, esse post ficou com muita cara de "meu querido diário", mas ele foi criado pra ser meu mundinho mesmo e nesse momento estou precisando tanto estar em meu mundinho...

Vida vivida e Vida pensada



Tenho tanto sentimento
Que é freqüente persuadir-me
De que sou sentimental,
Mas reconheço, ao medir-me,
Que tudo isso é pensamento,
Que não senti afinal.

Temos, todos que vivemos,
Uma vida que é vivida
E outra vida que é pensada,
E a única vida que temos
É essa que é dividida
Entre a verdadeira e a errada.

Qual porém é a verdadeira
E qual errada, ninguém
Nos saberá explicar;
E vivemos de maneira
Que a vida que a gente tem
É a que tem que pensar.

Fernando Pessoa, 18-9-1933

quinta-feira, 26 de agosto de 2010

Momento de Recolhimento



No casulo...
Olhando para dentro e me reconstruindo,
Não buscando, mas semeando forças
Com a matéria-prima retirada do meu próprio corpo.
Forças com as quais poderei,
No momento certo,
Romper o casulo
e voAR...

sábado, 21 de agosto de 2010

Como te esquecer...? Pra quê te esquecer?

50 Receitas

Frejat

Eu respiro tentando encher os pulmões de vida
Mas ainda é difícil deixar qualquer luz entrar
Ainda sinto por dentro toda dor dessa ferida
Mas o pior é pensar que isso um dia vai cicatrizar
Eu queria manter cada corte em carne viva
A minha dor em eterna exposição
E sair nos jornais e na televisão
Só pra te enlouquecer até você me pedir perdão

Eu já ouvi cinquenta receitas pra te esquecer
Que só me lembram que nada vai resolver
Porque tudo, tudo me traz você
E eu já não tenho pra onde correr

O que me dá raiva não é o que você fez de errado
Nem seus muitos defeitos, nem você ter me deixado
Nem seu jeito fútil de falar da vida alheia
Nem o que eu não vivi aprisionado em sua teia
O que me dá raiva são as flores e os dias de sol
E cada beijo teu e o que eu tinha sonhado pra nós
São seus olhos e mãos e o seu abraço protetor
É o que vai me faltar
O que fazer do meu amor?

Eu já ouvi cinquenta receitas pra te esquecer
Que só me lembram que nada vai resolver
Porque tudo, tudo me traz você
E eu já não tenho pra onde correr

quinta-feira, 19 de agosto de 2010

A medida da paixão



A Medida Da Paixão

Lenine

É como se a gente não soubesse
Pra que lado foi a vida
Por que tanta solidão
E não é a dor que me entristece
É não ter uma saida
Nem medida na paixão

Foi, o amor se foi perdido
Foi tão distraido
Que nem me avisou
Foi, o amor se foi calado
Tão desesperado
Que me machucou

É como se a gente presentisse
Tudo que o amor não disse
Diz agora essa aflição
E ficou o cheiro pelo ar
Ficou o medo de ficar
Vazio demais meu coração

Foi, o amor se foi perdido
Foi tão distraido
Que nem me avisou
Foi, o amor se foi calado
Tão desesperado
Que me maltratou